Nós montamos um grupo de pessoas no bairro Osvaldo Francelli - na cidade de Marilia - SP, e se reunimos para levar um pouco de atenção a essas pessoas.Todos os dias  preparamos a comida para distribuirmos a esses moradores de rua, irmãos "Servir ao próximo é um dos objetivos principais do nosso grupo. Então, é uma experiência gratificante para nós, muito mais para nós do que para eles, talvez.

Quando nos aproximamos deles, e eles estão em condições muito precárias, devemos nos igualar a eles naquele momento, nós nos unimos para ajudar a fazer as marmitas e entregá-las.

Somos voluntários. A administradora Sra. Vanessa Begalli indaga que é gratificante: "É um trabalho que você vê o resultado, as pessoas realmente não têm o que comer. Então, quando chegamos com as marmitex lá, eles têm uma alegria imensa de receber esse alimento". É um momento de troca de afeto. "Além de distribuirmos a comida, a nós também conversamos, perguntamos como eles estão, onde estão dormindo e também temos uma preocupação de dar carinho e atenção a eles que são seres humanos menos favorecidos".

COMO COMEÇOU

AMOR AO PRÓXIMO

Meu nome é Vanessa Begalli Silva, sou casada e mãe de dois filhos. Sempre ajudei as pessoas que passavam na minha porta pedindo por doações, como: comida, roupas, dinheiro, etc. Dividia com eles o que eu tinha no meu armário ou na minha carteira. Às vezes tinha 10 reais e dava 5 e ficava com apenas 5. Em minhas orações dizia a Deus que neste natal eu queria passar a noite da Ceia entregando marmitex para as  pessoas que moram nas ruas e assim celebrar o nascimento de Jesus ajudando ao próximo.

Desde que revelei esse desejo a Deus, em todos os cultos
quando o pastor dava a palavra ele dizia: "Irmãos não espere até o fim do ano para começar sua obra. Deus quer que você comece agora". Essa frase foi repetida em diferentes cultos, igrejas e outras ocasiões desde então e então eu me questionava: "Será que Deus está falando comigo"? 

Vou sempre a igreja e percebi que na calcada dormia alguém, nunca vi a pessoa, não sabia sexo, idade, nada., mas os pertences estavam sempre lá, enrolados na coberta, em um cantinho.

Domingo de pascoa ao sair da igreja resolvi deixar uma
colomba pascal que tinha no carro debaixo do cobertor, em outro culto durante a semana, observei que a colomba pascal estava pela metade. Fiquei feliz, por a pessoa ter aceitado.

Perguntei as pessoas quem ficava ali, me disseram que era
um rapaz, que trabalhava de dia e vinha dormir ali a noite.

Resolvi então começar a deixar comida no período da noite,
deixei por quase 4 noites consecutivas ate ter a  portunidade de conhece-lo econversar com ele.

Gente igual a gente que perdeu emprego, não tem condições de alugar uma casa, não usa drogas e não bebe bebida alcoólica, apenas alguém sem oportunidade, passa o dia tentando fazer bicos para sobreviver.

Saindo de um dos cultos conversando com minha
sobrinha Thais nos perguntamos, quantas pessoas vivem na mesma situação que esse jovem? Como poderíamos ajudar?

Foi onde resolvemos entregar uma vez por semana comida as pessoas que se encontrava em situação de rua. Pois como não tinha nenhuma ajuda, tirava do que eu tinha no armário, não poderia fazer todos os dias.

Como eu tinha bastante macarrão em casa, resolvi fazer uma
macarronada com salsicha. Thais e eu cozinhamos e fomos entregar os 27 marmitex
que fizemos.

Colocamos no carro e começamos a rodar a cidade e onde
víamos alguém sentado ou dormindo, parávamos e oferecíamos o marmitex, sem questionar ou perguntar o porque deles estarem ali.

Todos agradeciam, uns perguntavam quando passaríamos de novo, se dava para trazer no próximo dia também. Outros já tinham comido e me diziam onde tinha outro irmão com fome.

Aprendi tanto sobre amor ao próximo e cidadania com
eles naqueles 30 minutos distribuindo comida do que tinha aprendido em toda minha vida.

Voltamos com o coração apertado em saber que não
voltaríamos no próximo dia. Não tínhamos condições financeiras de trazer todos os dias.

No dia seguinte durante o culto a palavra dada pelo pastor
foi " irmão Deus mandou falar que pode dar sua comida, pois ele nao vai deixar faltar na sua casa. Pensei; tem que para mim essa palavra, pois ninguém aqui sabe o que estou fazendo.

Minha sobrinha Thais tinha tirado umas fotos e resolveu
postar nas redes sociais para pedir doações. Para tentarmos trazermos a refeição na próxima noite.

Foi ai que a solidariedade das pessoas na maioria
desconhecidas nos surpreendeu.

Começamos a divulgar em redes sociais, grupos do facebook e as pessoas começaram a se manifestar ajudando com o que podiam. Recebemos botijões de gás, pães, ovos, arroz, macarrão, feijão, óleo, temperos, frutas, verduras, embalagens para marmitex, dinheiro e ate um outro fogão pois o da minha casa já não estava dando conta. De 27 marmitas já estamos entregando 60. E a semana seguinte conseguimos entregar todos os dias.

Quero continuar fazendo esse trabalho e atender mais e mais pessoas, começamos também a  entregar um kit de higiene pessoal para todos contendo sabonete, pasta de dente, escova de dente, um presto barba e um desodorante, para as meninas colocamos também um pacote de absorvente. Precisa ver a felicidade.

Lavo as roupas deles para que eles se sintam mais
humanizados. Uma das meninas quando eu entreguei a roupa lavada, cheirou e me disse. "Que delicia tem cheiro de mãe " e me deu um abraço apertado.

Se todos ajudassem um pouco da maneira que pudessem, nosso mundo seria totalmente diferente. E no final todos se beneficiariam com isso.
Pois não teríamos mendigos nas ruas, menos pessoas com fome, sujeitas as drogas e vandalismo como também provavelmente menos bandidos e assaltos.

Muitas das pessoas tomam caminhos diferentes por não terem opções. Porque não ajuda-los a ter essa opção. O objetivo do Amor ao próximo é combater a pobreza através de ajuda direta e pratica as pessoas necessitadas sem
julgamento ou discriminação.